COMTE, NEWTON E A “PRIMAVERA BRASILEIRA”

A “Primavera Brasileira” que estamos vivendo merece uma análise sociológica levando em conta o filósofo francês Auguste Comte (1798-1857), que definia a disciplina que fundou da seguinte maneira: – A Sociologia é uma Física Social. A Física, por sua vez, ao lidar com um determinado fenômeno, o faz por intermédio de uma equação que envolve conceitos bem definidos. Nos bancos escolares do Curso Científico do antigo segundo grau, era ensinado (será que ainda é no atual Ensino Médio?) que toda a alteração de uma dada situação, decorre da ação de uma força, traduzida pela Segunda Lei de Sir Isaac Newton (1642-1727): – A força é o produto da massa pela aceleração. Massa, nesta lei, é traduzida pela quantidade de matéria e, a aceleração, significa a variação da velocidade (deslocamento no tempo) pela ação do tempo. No caso da “Primavera Brasileira”, a aceleração está sendo promovida pela Internet, e a massa é composta por vários segmentos da sociedade brasileira que está insatisfeita como está se comportando o Estado Brasileiro em seus três componentes montesquianos: Executivo, Legislativo e Judiciário. Nessa “Física Social”, procura-se mudar a situação de descalabro em que se encontra a maioria do povo brasileiro, que não tem suas necessidades básicas minimamente atendidas: saúde, transporte e educação, pois os recursos necessários para suprir tais necessidades são desviados pela corrupção patrocinada por alguns componentes daqueles três segmentos públicos. Contudo, está faltando uma variável nessa “equação”: uma parte do setor privado (nacional ou internacional) que se locupleta com esse crime. E, aí, é oportuno lembrar o saudoso jornalista Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto) (1923-1968) que, em sua coluna jornalística diária, ao tratar de alguma corrupção que estava acontecendo, escreveu: – Ou restaure-se a moralidade ou locupletemo-nos todos!

 

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